O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES ou apenas lúpus), é uma doença autoimune em que o sistema imunológico ataca tecidos saudáveis em várias partes do corpo. A intensidade dos sintomas varia de pessoa para pessoa, podendo ser ligeiros ou graves. Os sintomas mais comuns são articulações dolorosas e inchadas, febre, dor torácica, perda de cabelo, úlceras na boca, aumento de volume dos gânglios linfáticos, fadiga e uma erupção cutânea vermelha, mais comum no rosto. Geralmente alternam-se períodos de exacerbação dos sintomas e períodos de remissão com poucos sintomas.
A causa da doença ainda não é totalmente compreendida. Pensa-se que consista numa combinação de fatores genéticos e fatores ambientais. Entre gémeos verdadeiros, se um é afetado existe uma possibilidade de 24% do outro também o vir a ser. Entre os possíveis fatores de risco estão as hormonas sexuais femininas, exposição à luz do sol, fumar, deficiência de vitamina D e algumas infeções.
O mecanismo envolve uma resposta imunitária dos anticorpos contra os tecidos da própria pessoa. Os anticorpos envolvidos são geralmente os anticorpos antinucleares, causando inflamação. O diagnóstico pode ser difícil de ser realizado e baseia-se nos sintomas e em análises laboratoriais. Existem uma série de outros tipos de lúpus eritematoso, incluindo lúpus eritematoso discoide, lúpus neonatal e lúpus eritematoso cutâneo subagudo.
Não existe cura para o LES. O tratamento consiste na administração de anti-inflamatórios não esteroides, corticosteroides, imunossupressores, hidroxicloroquina e metotrexato. Não há evidências de que as práticas de medicina alternativa tenham qualquer influência na doença. A esperança de vida entre pessoas com LES é menor. A doença aumenta significativamente o risco de doenças cardiovasculares, as quais são a causa de morte mais comum entre os portadores da doença. Com os tratamentos modernos, cerca de 80% das pessoas com lúpus sobrevive além dos 15 anos após o diagnóstico.
Embora a gravidez de uma mulher com lúpus seja considerada de risco, na maior parte dos casos decorre sem problemas.
O diagnóstico é feito através do reconhecimento pelo médico de um ou mais dos sintomas acima. Ao mesmo tempo, como algumas alterações nos exames de sangue e urina são muito características, eles também são habitualmente utilizados para a definição final do diagnóstico. Exames comuns de sangue e urina são úteis não só para o diagnóstico da doença, mas também são muito importantes para definir se há atividade do LES.
Embora não exista um exame que seja exclusivo do LES (100% específico), a presença do exame chamado FAN (fator ou anticorpo antinuclear), principalmente com títulos elevados, em uma pessoa com sinais e sintomas característicos de LES, permite o diagnóstico com muita certeza. Outros testes laboratoriais como os anticorpos anti-Sm e anti-DNA são muito específicos, mas ocorrem em apenas 40% a 50% das pessoas com LES. Ao mesmo tempo, alguns exames de sangue e/ou de urina podem ser solicitados para auxiliar não no diagnóstico do LES, mas para identificar se há ou não sinais de atividade da doença.
Referências:
https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%BApus_eritematoso_disseminado#Testes_laboratoriais